Por O Globo — Rio de Janeiro25/02/202411h06
Publicado na revista Cancer Cell, na quinta-feira,um estudo coordenado por pesquisadores da Universidade de Johns Hopkins e daEscola de Medicina da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, mostrouque o estresse influencia diretamente na propagação de um tumor.
A descoberta foi feita através de uma pesquisa comratos que tinham câncer. Inicialmente, a equipe removeu os tumores que cresciamnos animais e espalhavam células cancerosos para os pulmões dos roedores.Depois, eles os submetiam a situações de estresse.
Segundo Mikala Egeblad, uma das cientistas eprofessora adjunta envolvida na análise, os resultados foram impressionantes.
"Vimos esse aumento assustador de lesõesmetastáticas nesses animais. Houve um aumento de até quatro vezes nasmetástases", relembrou Egeblad.
Na imagem abaixo, é possível identificar que ocâncer se espalhou de forma mais rápida na coluna do meio, que representa osratos estressados, em comparação com aqueles do grupo de controle, à esquerda.
Mediante a isso, os pesquisadores identificaram queo estresse induz a formação de estruturas aderentes parecidas com teias porparte de certos glóbulos brancos, conhecidos como neutrófilos, aumentando avulnerabilidade dos tecidos corporais à metástase.
Essa descoberta, de acordo com a cientista eespecialista em células cancerígenas Xue-Yan He, pode abrir caminho para novasabordagens terapêuticas que evitem a disseminação do câncer antes de suamanifestação inicial.
“O estresse é algo que realmente não podemos evitarem pacientes com câncer. Você pode imaginar que se for diagnosticado, você nãoconsegue parar de pensar na doença, no seguro ou na família. Portanto, é muitoimportante entender como o estresse funciona sobre nós", explicou Xue-Yan.